sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Nestas coisas do modelismo...



Nestas coisas do modelismo, como muitos de vós sabem, uma das fases mais importantes é a pesquisa da informação. Construir um modelo, passa por se obter o maior número de dados sobre o mesmo, históricos, técnicos, estéticos e até pequenas curiosidades. Nem todos serão representados no modelo final, mas, o seu conhecimento pode ajudar a fixar em local próprio, (monografia) por exemplo, aspectos que ajudarão a complementar a representação física do mesmo.
Um dos elementos identificativos dos navios, são as chamadas “Crestas”. Estas, não são mais do que a representação heráldica de algo que se pretende, no futuro seja identificativo do navio e que a simples visão desses símbolos, remeta os conhecedores para esse mesmo navio.
Ao procurarmos por elementos fotográficos ou pictóricos sobre a “Gina”, rapidamente constatámos uma enorme escassez, o que deixava adivinhar a dificuldade que, de facto viemos a ter para encontrar dados que nos permitissem, sobretudo construir os pequenos detalhes daquele navio.
Em algumas fotos, reparámos num disco com algo pintado que, se assemelha a uma foto ou pintura antropomórfica. Sabemos que em algumas ocasiões, sobretudo em exercícios Nato, é vulgar colocar naquele local, um dístico com o símbolo desta organização. Claramente não é este caso. Pensámos que aquele símbolo podia ser o “emblema” do navio. Foi assim que chegámos as crestas.
Procurámos como seria natural, no Gabinete de Heráldica da Marinha, onde ficámos a saber não existir nada sobre a Pero Escobar. Este gabinete, bem como as disposições actuais, resultam da Portaria Regulamentadora nº 123/2010, que vem dar cumprimento ao disposto no nº2 do artigo 41º do Decreto-Lei nº233/2009. Esta legislação vem substituir o regulamentado pela Portaria nº 722/72, de 14 de Dezembro. Portanto toda esta legislação é posterior a data da entrada ao serviço da Pero Escobar, 1957.
Nada encontrámos, até que uma bela tarde, estando em Belém na Oficina Viva, recebemos a visita do Sr. Cmdt António Bento que, para espanto e alegria nossa, nos disse que nos enviaria, por e-mail, nesse mesmo dia a fotografia da cresta da Pero Escobar. Assim foi.
 
O povo costuma dizer na sua imensa sabedoria, que não há fome que não de em fartura e mais uma vez, se confirmou este ditado.

Uma bela tarde no nosso entusiasmo, ao vermos passar o Sr. Cmdt Guerreiro, fizemos questão de lhe comunicar que já tínhamos encontrado a cresta e mostrámos-lhe a respectiva fotografia.
Passado algum tempo, e já depois de ter regressado ao seu gabinete, o sr. Cmdt, veio ter connosco e disse-nos enquanto nos convidava a acompanhá-lo.

- Sabe, eu sou alentejano e como tal penso devagar. Depois de ter visto a foto fiquei com a sensação de já ter visto algo semelhante e lá foi pensando nisso.

Estávamos entretanto no corredor de acesso ao gabinete do Sr. Almirante, no 1º andar do edifício quando apontando para cima numa das paredes, o Sr. Cmdt Guerreiro, mostrava-nos uma cresta enorme, colorida, a maior das muitas que ali se encontravam. A cresta da Pero Escobar.

Os nossos melhores agradecimentos aos envolvidos, pela colaboração prestada.
 
Até à próxima...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Fora do Estaleiro - Lusito

Mais um pouco de história...
Aparelho Vélico

O Lusito aparelhava com uma vela grande denominada de Marconi, normalmente em algodão, com duas réguas de madeira, ostentando o distintivo da classe assinalada por um L maiúsculo, em tecido negro, colado no topo desta vela, por baixo tinha ainda uma faixa horizontal e o número do casco.

O estai era do mesmo tecido e armava a cerca de três quartos do mastro que era de madeira, maciço e envernizado, com 4,3 metros de altura. Tinha uma calha na parte posterior, onde corria a tralha da vela grande. O mastro era suportado por dois brandais e o gurutil do estai possuía um cabo de aço que actuava como estai real.


A esteira da vela grande, corria dentro de uma calha na retranca em cuja extremidade existia uma roldana por onde passava um cabo que vindo do punho da escota permitia caçar essa mesma esteira e ia amarrar num pequeno cunho. A retranca terminava em forqueta no outro extremo, o que lhe permitia enganchar no mastro. Para não subir neste, a vela grande possuía um olhal por onde passava uma filaça.
As adriças passavam por dois furos no tamborete, perto do mastro e iam ser caçadas em dois cunhos fixos na caixa do patilhão, junto ao pé do mastro.

A escota do vela grande era emanilhada no varão metálico à ré e passando por um par de moitões suspensos da retranca, ia directamente à mão do timoneiro. As escotas do estai passavam apenas por um olhal com cunho de esganar de cada lado do casco e iam igualmente directamente à mão.  
 
Cont.

O Modelo

Já fora do estaleiro e pronto para o estudo dos servos... Pese embora a existência de muito espaço, tal como o Vouga, o poço torna esse estudo um pouco mais complicado pela possível entrada de água.
Casco terminado

Proa

O interior

 
 Até à próxima

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Os nossos veleiros...



Após as festividades e de volta ao trabalho a Oficina sofreu e irá sofrer algumas alterações para acolher o material e a construção do modelo estático da fragata Pêro Escobar. Contudo, continuamos com alguns avanços ao nível dos outros modelos rádio controle, nomeadamente no VOUGA,


 



Com os novos testes de água já com o torpedo mais ou menos equilibrado constatamos que o peso para manter o veleiro nas suas linhas são realmente quase os quatro quilogramas, o que levantou a questão de saber se a estrutura relativa à caixa do patilhão irá aguentar com o peso… vamos ver…


Quanto ao LUSITO e pese embora por questões de logística como já se referiu tenha mudado de instalações, já foram colocados os forros de bombordo e estibordo, conforme demonstram as fotografias...







 
Até à próxima