sábado, 17 de novembro de 2012

Vouga - A história e o modelo…


Anteriormente tínhamos escrito sobre a origem do Vouga e os Vougas da Costa Nova, hoje e de novo pegando no trabalho do Hélder Ventura iremos transcrever algumas notas sobre,

 Os Vougas do Sport Algés e Dafundo...
 

Rio Tejo, 1949
 
Tudo indica que o nome “Vouga” se institucionalizou quando em 1939, é criada, pelo Sport Algés e Dafundo, a Classe Nacional “Vouga”, fruto de estudos e pesquisas feitas nesse ano.
Esta data e este feito é de enorme importância, pois criados os estatutos e o regulamento da classe, aumentou o número de entusiastas destes barcos sobretudo junto de Oficiais da Armada, despoletando-se o processo de reconhecimento pela Federação Portuguesa de Vela que considerou esta classe como Classe Nacional em 1944, ficando a secretaria da Classe Nacional Vouga a ficar sediada no Clube Naval de Lisboa. De notar que até aos dias de hoje, esta é a única classe Nacional de Vela, cuja embarcação é portuguesa.
Neste ano efectuou-se o primeiro campeonato nacional da Classe.
 
O rápido crescimento da Classe aconselhou mais tarde, em 1949, a uma revisão do seu Regulamento, aprovada e difundida pela Federação Portuguesa de Vela e pela Secção de Desportos da Brigada Naval, no sentido de agrupar o maior número de barcos com características semelhantes, segundo regras e procedimentos que clarificassem e credibilizassem cada vez mais a Classe. Neste contexto surgiu esse regulamento que para além de proporcionar alguma autonomia a cada flotilha de Vougas estabeleceu a fórmula e os condicionalismos a partir dos quais se consideraria a embarcação como pertencente á classe. Fica claro logo á partida aquela que é para mim a grande característica dos Vougas, decorrente do seu processo de criação e crescimento; uma embarcação com uma grande liberdade de introdução de características individuais, dentro de regras e parâmetros pré-estabelecidos. Um Vouga não é um monótipo.
(Continua)
(Excertos de Embarcações Tradicionais de Recreio da Ria de Aveiro – Hélder Ventura)
 
Voltamos ao modelo do Vouga...
Nesta ultima sessão deu-se a primeira camada de resina dissolvida com álcool nas madeiras de modo a proteger e salientar as cores e veios dos vários tipos de madeirame, posteriormente afaga-se com lixa fina e leva mais uma camada de resina diluida ou "verniz" matte...
 
 



Por ultimo aqui fica o nosso amigo João Pinho de volta do seu Vouga,



Até à proxima...

Dia Nacional do Mar - Atividades

No passado dia 16 de Novembro e pese embora as condições atmosféricas a Oficina Viva juntamente com o Museu de Marinha ainda recebeu a visita de uma escola e de modelistas de palmo e meio que animadamente lá foram aprendendo o que é o Mar, os barcos... enquanto construiam os seus modelos de embarcações, utilizando materiais reciclaveis como molas de madeira, garrafas de plástico, esferovite, palhinhas, entre outros.
Quem sabe se no futuro não serão novos marinheiros ou modelistas...
 



 
 
Até à proxima...
 

sábado, 10 de novembro de 2012

De volta ao Lusito...

Em traços largos e sobre os aspectos técnicos o Lusito tinha de comprimento cerca de dois metros e cinquenta e cinco e, um e meio de boca. O fundo era muito plano e com um “v” bastante pronunciado à proa. Possuía um convés largo com um bom quebra-mar avante do mastro e uma borda no poço que, evitava a entrada de água. Estes pequenos barcos não tinham poço estanque nem qualquer espécie de flutuadores como as actuais embarcações de aprendizagem, antes pelo contrário, tinham uns fortes e pesadíssimos paneiros de ripas, pelo que o adornar e virar poderia significar alto risco de afundamento.



O patilhão era de chapa de ferro, móvel em torno de um eixo situado na parte inferior da caixa do mesmo e podia ser içado e arreado por meio de um haste metálica, mais tarde através de uma pega, conforme a foto.

 
 
 
O leme de madeira, tinha habitualmente a cachola envernizada, onde entrava a cana e com dois espigões enganchava no painel da popa em dois olhais metálicos. A forma da porta era bastante arredondada e pouco profunda, conforme demonstra a foto.
(Continua)
 
O Modelo,


A verificação e a colagem com époxida do pau de aresta e do alcatrate...



Até à proxima...



A Oficina Viva...


É gratificante saber que o nosso trabalho e quando digo nosso trabalho é o de uma equipa que desde a primeira hora que abraçou este projecto e com mais ou menos dificuldade com mais ou menos apoios tem conseguido manter a Oficina Viva na linha para o qual foi criada e traçada. E como exemplo disso, ainda esta semana recebemos a visita de um modelista Ucraniano acompanhado do seu tradutor, que através do nosso blogue e da página do facebook nos quis conhecer e trocar algumas experiências “modelísticas” e principalmente queria compreender melhor as embarcações tradicionais portuguesas, nomeadamente a Muleta do Seixal e o Culé.
 




 




Na realidade, a Oficina Viva do Museu de Marinha abriu as suas portas a 25 de Março de 2011, contudo já conta com algumas iniciativas ao nível do modelismo náutico tanto na vertente estática como rádio controlada, bem como, ao nível da intervenção com as escolas e com os mais novos. Quanto ao primeiro destaca-se os workshops de moldagem de fibra e posteriormente da construção do modelo do veleiro de recreio da classe Vouga ainda a decorrer e actualmente a preparação de um novo modelo da classe Lusito, veleiro de iniciação, ambos verdadeiros escalas de embarcações de concepção e construção portuguesa. Na vertente estática, destaca-se a elaboração de um modelo de uma caravela redonda da armada na escala de 1/8 (cinco metros e meio) e de mais cinco modelos em escalas mais pequenas, uma barca, dois galeões, uma caravela latina e uma nau, que se encontram expostos no Lisbon Story Center.
 
Quanto à intervenção com as escolas e com os mais novos destacam-se os vários workshops de modelismo na Oficina, a participação "Tardes oceânicas: TITANIC, 100 anos depois" no Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva, no Dia do Sol e no Dia do Mar, tentando sempre incentivar a criatividade e a imaginação dos mais novos e ao mesmo tempo ensinar os conceitos básicos de navegação e os benefícios do Mar.
Ainda a ressalvar os encontros de modelismo náutico rádio controlo aos segundos sábados de cada mês no espelho de água junto ao pavilhão das Galeotas.
 
 
Os novos modelistas aprendizes...


O João e o Vouga
 
O Paulo e o veleiro centuary
 
Até à proxima...

 

sábado, 3 de novembro de 2012

Os Vougas - Um pouco de historia…

O inicio...


Os Vougas são pequenos navios ou embarcações miúdas, exclusivamente construídas em madeira e movidas à vela, cuja função primordial era a do passeio familiar pela Ria. Salvo raras excepções, são navios de casco redondo, com quilha ou patilhão móvel, e na sua origem armavam duas velas, a grande do tipo latino com mastaréu e o triângulo de vante ou estai.
Actualmente apresentam uma vela grande triangular, um triângulo de vante e um balão, e o mastro é uma peça única.

Em traços largos resulta que esta embarcação teve a sua origem em Ílhavo através do trabalho idealizado e realizado pelo Mestre António Ferreira Gordinho que os construiu nos anos 20 do século passado, mais precisamente e o primeiro de que há memória em 1925. Na verdade, terão sido os antigos capitães dos lugres bacalhoeiros que, saudosos dos seus barcos e do contacto com a navegação à vela, lhe teriam encomendado os primeiros Vougas, para se passearem e passearem a família nas calmas águas da Costa Nova.
Pelo que, a origem dos Vougas estará algures entre a contemplação e observações feitas pelos capitães e marinheiros dos Lugres, admirando os pequenos veleiros, de extraordinária beleza, levando a bordo a fina flor da aristocracia rica de Nova Iorque que por ali, em torno de Newport tinha as suas belas mansões de férias...
O próprio Sr. Gordinho viajou até estas paragens, e talvez um dos objectivos dessa viagem fosse colher informações sobre como melhorar os seus vougas...

(Continua)
(Excertos de Embarcações Tradicionais de Recreio da Ria de Aveiro – Hélder Ventura)

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Voltando ao nosso modelo…

Após algumas tentativas com a escolha do tecido para as velas, neste caso concreto a vela grande e genoa, optamos por um tecido fino de algodão previamente lavado num banho de tapa poros para ganhar alguma consistência e firmeza, conforme mostram as fotografias,   


 
Demos também início à execução do patilhão através de uma alma de contraplacado de 3mm que posteriormente foi fibrada (manta de 200g e resina). Após a cura irá ser afagado e betumado, aqui ficam as fotos da primeira fase,

 
Quanto ao torpedo e pese embora a determinação dos modelistas envolvidos no feito, o certo é, que o alumínio não aguentou o calor e o chumbo já derretido verteu pelo fundo do púcaro não chegando a entrar no molde… :-(
Até próxima…

 

 

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Dia Nacional do Mar - 16 Novembro de 2012

 
A Oficina Viva do Museu de Marinha irá juntar-se às comemorações do Dia Nacional do Mar proporcionando aos visitantes do museu, principalmente aos mais novos a construção de pequenos modelos em materiais reciclaveis com a possibilidade, se as condições atmosféricas assim o permitirem, testar no espelho de água junto ao pavilhão das galeotas.
 
 
 
 
Modelo efectuado no workshop para os mais novos
no Pavilhão do Conhecimento 
 
Até à proxima